As Mil e Uma Noites - Um livro com muitas aventuras!

Quando você começa a ler, não quer parar mais...

Visitantes

Apresentação

 Quando se fala nAs Mil e Uma Noites, imagens de gênios, magos, lâmpadas mágicas, tapetes voadores vêm à nossa mente. Não há quem não tenha ouvido falar em Aladim ou Ali Babá, cujas histórias têm sido recontadas inúmeras vezes em livros, filmes, peças de teatro, desenhos animados. Como acontece com muitas obras antigas de quase todos os povos, os textos que hoje lemos, eram, no início, histórias contadas oralmente através dos tempos, passadas de geração a geração.
  Ao falar nAs Mil e Uma Noites, pensamos também num mundo exótico situado na Arábia. A origem dessas histórias, narradas em árabe, é controversa. Segundo algumas fontes, teriam surgido na antiga Pérsia (hoje, Irã). Segundo outras, teriam sido inicialmente elaboradas em Bagdá, no século IX. Seja como for, as narrativas mencionam vários países: não apenas a Arábia, o Iraque (cuja capital, Bagdá, foi um dia um poderoso centro cultural), como também índia, norte da África (de onde vem, como se verá, o mago da histórias de Aladim e a lâmpada maravilhosa) e, até mesmo, China (onde se passa essa narrativa).
  Como plano de fundo dessas histórias, tem-se o mundo islâmico, fundado na religião muçulmana ou islâmica, cujo iniciador foi o profeta Maomé (em árabe, Muhammad), que nasceu por volta de 570 d.C. na cidade de Meca, na Arábia Saudita. A religião islâmica é monoteísta, como a catótila: acredita na existência de um só deus, que teria ditado ao profeta, através do arcanjo Gabriel, o texto do Alcorão (literalmente, "A leitura recitada"), livro sagrado dos muçulmanos. Islã vem do árabe islám e significa "submissão voluntária (a Deus)". No Alcorão, além de ensinamentos sobre a fé, encontram-se, em linguagem poética, regras para a administração da justiça etc. Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo hoje se guiam pelos ensinamentos contidos no Alcorão. Mas convém lembrar que islâmico ou muçulmano não significa, necessariamente, árabe: os muçulmanos não árabes hoje em dia são muito mais numerosos que os muçulmanos árabes. Além do Oriente Médio, há muçulmanos no norte da áfrica, na índia, Índonésia e China.
  O templo muçulmano, a mesquita (da palavra árabe masjid, que significa "lugar de adoração"), não apresenta imagens de santos, ao contrário do que ocorre na tradição católica. O artista, ao desenhar ou esculpir uma figura viva, estaria, simbolicamente, como que dando vida a um ser, o que seria, para um muçulmano, uma espécie de sacrilégio, pois o único criador é Deus. Não obstante, sempre houve artistas muçulmanos que representaram figuras humanas.
  Foi um francês, Antoine Galland (1646-1715), quem primeiramente tornou As Mil e Uma Noites conhecidas dos europeus, através de uma tradução para o francês de cerca de um terço da obra original. É a versão mais conhecida e foi nela que baseamos esta nossa seleção. Antoine Galland era arqueólogo, estudioso de línguas e do mundo oriental; viajou várias vezes pelo oriente e aprendeu o árabe, o turco e o persa. De lá para cá, muitas outras versões se fizeram, em várias línguas; umas das mais conhecidas é a inglesa, realizada por Richard Burton (1821-1890) e publicada em 1885. Richard Francis Burton foi um explorador muito erudito, que conhecia várias línguas e viajou para a Índia, o Oriente Médio, o Egito e a África. Burton esteve também no Brasil, em missão consular, de 1864 a 1867, ano em que explorou as margens do rio São Francisco. Outra curiosidade sobre Burton é que foi ele quem descobriu a nascente do rio Nilo, uma questão que vinha sendo discutida desde a Antiguidade.